sexta-feira, 6 de março de 2015

APRESENTAÇÃO







            A filosofia é mais presente nas vidas das pessoas que as próprias pessoas imaginam. Desde o momento que o homem começou ter atitudes individuais e coletivas, se espantar com os fenômenos naturais e tentar entende-los, ou mesmo desenvolveu técnicas de caça e percepções como intuição, emoção e sensibilidade, que o homem começou filosofar, ou seja, pensar de forma crítica e reflexiva sobre a vida e o mundo.
Com intenção de aproximar o aluno das leituras de filosofia, de provocar o raciocínio lógico reflexivo e crítico, bem como, cultivar o interesse pela cultura e o prazer da dúvida, que foi disponibilizado nesse blog, Ágora virtual, os primeiros passos para a geração do pensamento filosófico. Espero que por meio dele, consigam ‘ler’ o mundo sob outras óticas e, com isso, resignificar o seu próprio entorno.


Luciano T. Torres.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A atitude filosófica

TEXTO-AULA N°: 02

A ATITUDE FILOSÓFICA NA VIDA:


A Filosofia está presente na vida de todos. Costumamos dizer que ela nasceu no mundo ocidental com os antigos povos gregos, embora possamos afirmar que está presente na história do ser humano desde o aparecimento das primeiras civilizações.
Em todos os momentos da vida no planeta, os homens demonstraram interesse em refletir sobre os fenômenos, naturais ou não, que faziam parte de sua existência e de sua sobrevivência, como a chuva, o sol, o fogo, os relacionamentos interpessoais e os sentimentos. Graças à observação destes fenômenos vivenciados durante milhares de anos, hoje podemos questionar, pensar e repensar nossas crenças e valores para, com isso, mudarmos de atitude frente nosso cotidiano.
Porém, toda mudança de comportamento exige reflexão e sacrifício, já que quando temos um pensamento ou atitude divergente dos outros, ou quando somos contrariados em nossas verdades, geralmente entramos em crise. Algumas pessoas, receosas de não suportarem essas crises, preferem “fazer de conta” que não há nenhum problema e vão levando a sua vida “numa boa”.
Neste momento, colocamos a seguinte questão: sou livre para fazer o que quero segundo minhas vontades e verdades ou minhas vontades e verdades dependem do outro? E mais, o que penso ser vontade? O que é liberdade? O que posso considerar como justo? Quando realmente estarei pronto para mudar significativamente minhas atitudes?
Para respondermos a estas perguntas, precisamos fazer uma profunda reflexão que nos permita observar e perceber o mundo para além daquele já conhecido, o chamado mundo aparente, como diria Platão (428/27 -347 a.C.). Pois somente o homem repensando suas vontades e verdades será capaz de mudar de atitude frente aos problemas colocados pelo cotidiano da vida. E, somente aquele homem que não se contenta com as crenças e opiniões preestabelecidas pela sociedade, pela mídia, ciência, política e cultura será capaz de elaborar um olhar crítico e criterioso sobre algo, e ir em direção à atitude filosófica.
Contudo, para fazermos esse movimento de olhar em diversas direções é necessário produzir um tipo de reflexão que nos predisponha a mergulhar de maneira profunda e apaixonada no conhecimento que queremos ter da realidade a nossa volta e, principalmente, do quanto queremos conhecer de nós mesmos. Como dizia Sócrates (470 – 399 a.C), “Conhece-te a ti mesmo”. Este é, sem dúvidas, o primeiro passo para adotarmos a atitude filosófica em nossas vidas.
Prof. de fil. Luciano Tavares Torres

O que é filosofia?

1ºBim. /Texto-aula: nº01

1. O que é filosofia?

não é possível aprender qualquer filosofia; só é possível aprender a filosofar.
Kant


Toda às vezes que é pronunciada a palavra filosofia em uma roda de bate-papo de amigos, logo percebemos que seu conceito, por vezes é mal entendido ou interpretado. Acredito que isso ocorre, por tal palavra (filosofia), ser carregada de mistérios, justamente por ser ela um conceito muito amplo e ao mesmo tempo abstrato.
Essa visão da filosofia certamente decorre dos diversos pensadores que por ela existiram e que com suas reflexões e críticas, geralmente polêmicas, foram a cada dia que passava ficando mais longe e isolados das sociedades que viviam. Indagações sobre o belo, gosto, amor, valor, moral, natureza, homem, foram apenas uns dos diversos exemplos que poderíamos citar como conceitos e temas mais recorrentes na história da sociedade e que os filósofos faziam questão de polemizar e, por vezes, destruir.
É evidente que tais inquietações custaram “caro” para muitos desses filósofos, sendo alguns punidos com a prisão ou sendo expulsos de seus países de origem e outros, como o próprio Sócrates, pagando um preço bem mais alto daquilo que questionava na sociedade Grega antiga, que foi com sua própria vida, que é para todos os filósofos o bem maior do homem.
Desta forma, podemos considerar que o primeiro passo para a elaboração de um pensamento filosófico é o questionamento. O grande objeto de estudo da filosofia é a própria capacidade do homem pensar, reflitir e questionar. É devido essa autonomia do pensamento humano que é possível mudarmos de posturas, posicionamentos sociais, culturais, políticos, entre outros e que nos permite mergulhar de modo profundo no conhecimento gerado no mundo.
Por conta desse “mergulho de ponta” que o homem e, em especial o filósofo, é capaz de dar em direção à essência da vida que é importante e necessário ser “radical” na sua forma de agir e pensar. Ser radical para o filósofo não é ser intransigente, ou seja, aquele que não sabe reconhecer erros ou mudar de posição quando necessário. Para a filosofia, ser radical é ter sistema, método, organização no modo de pensar, coerência, capacidade de argumentar, flexibilizar e de repensar criticamente posturas com intuito de compreender a partir de suas próprias experiências, a si mesmo e tudo que o cerca.
A grande originalidade da filosofia está na surpreendente aventura de idéias que nos identifica e nos diferencia em direção a outros seres. É por essa capacidade de aprofundamento da vida por meio da razão humana que identificamos a filosofia como fundamento dos conhecimentos específicos, como a matemática, história, física, geografia, biologia, entre outras, mas, nunca como um fundamento em si mesma. A filosofia portanto, deve ser utilizada como mais um instrumento para a ampliação e aquisição de novos conhecimentos e experiências de vida.

Filosofia e o filosofar

O sentido de filosofia ou de filosofar está diretamente relacionado com o pensamento ou com o ato de pensar. Porém, todas às vezes que tentamos definir filosofia, sempre partimos de dois princípios básicos: o primeiro é aquele relacionado às pessoas que dizemos estar com a “cabeça no mundo da lua”. Quando falamos que alguém está filosofando é porque vemos a pessoa pensando sobre o significado da vida humana. Contudo, por mais que aceitemos no senso comum esta definição de filosofar – relacionado ao pensamento do homem sobre os fatos da vida – o seu real significado é muito mais amplo.
O outro modo de tentar definir filosofia é dizer que ela é um modo do homem em saber viver com sabedoria. Todavia, este conceito está muito vinculado à sabedoria oriental onde as doutrinas estão vinculadas à religião. Apesar da filosofia discutir religião, não significa que a religião possa definir o que é filosofia.
Diferentemente do que foi dito anteriormente, o conceito de filosofia compreendida dentro dos estudos filosóficos propriamente ditos é a capacidade do homem em tentar dizer sobre a verdade daquilo que se pensa de modo racional sem se deixar levar por princípios religiosos, doutrinários ou ideológicos. Pensar filosoficamente é questionar o óbvio. Todavia, por mais que o filósofo seja aquele que discute e questiona o aparentemente inquestionável, que critica tudo e a todos, na verdade ele tenta com a filosofia despertar no homem a capacidade de identificar e conhecer melhor o que está sendo observado.
Na tradição filosófica dizemos sempre que todo filósofo é um porta-voz do povo e nunca um gênio perturbado que vive de modo isolado no mundo. O filósofo é aquele que é tomado de questionamento e de observações do contexto da realidade que vive. Como dizia o filósofo alemão Hegel: o filósofo não inventa a realidade, mas interpreta a realidade em que vive. O filósofo tenta a toda pergunta que se faz chegar à essência.
O filósofo é aquele que reflete, pensa e reflete novamente sobre o que foi pensado anteriormente. O pensador da filosofia é aquele que busca pensar o próprio pensamento, é aquele que toma ele próprio como objeto de suas reflexões. Talvez essa seja a grande virtude do homem, de conhecer e saber que conhece e de “dar conta” que também desconhece e que é necessário conhecer mais. O filósofo também alemão Theodor Adorno disse que só se põe a filosofar quem suporta a contradição, o conflito.
Desse modo, filosofar é se responsabilizar com as reflexões feitas frente ao outro. E, isso significa que ter atitude filosófica é mais do que dizer aquilo que você acha, é tentar estabelecer frente à questão discutida um saber lógico, rigoroso e que tenha sentido superando o senso comum.

Prof. de fil. Luciano Tavares Torres

Feliz 2011!!!

Sejam todos bem-vindos à nossa nova série. Espero que estejam animados para os estudos de filosofia e sociologia.

Este blog tem como função disponibilizar os textos de interesse do professor. Portanto, é extremamente importante ficarem atentos, pois constantemente será atualizado.


Abraços, Luciano.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

FILOSOFIA

TEXTO - 4º BIMESTRE 2010
As concepções da verdade e a História

As várias concepções da verdade que foram expostas estão articuladas com mudanças históricas, tanto no sentido de mudanças na estrutura e organização das sociedades, como quanto no sentido de mudanças no interior da própria Filosofia.
Assim, por exemplo, nas sociedades antigas, baseadas no trabalho escravo, a idéia da verdade como utilidade e eficácia prática não poderia aparecer, pois a verdade é considerada a forma superior do espírito humano, portanto, desligada do trabalho e das técnicas, e tomada como um valor autônomo do conhecimento enquanto pura contemplação da realidade, isto é, como theoria.
Nas sociedades nascidas com o capitalismo, em que o trabalho escravo e servil é substituído pelo trabalho livre e em que é elaborada a idéia de indivíduo como um átomo social, isto é, como um ser que pode ser conhecido e pensado por si mesmo e sem os outros, a verdade tenderá a ser concebida como dependendo exclusivamente das operações do sujeito do conhecimento ou da consciência de si reflexiva autônoma.
Também nas sociedades capitalistas, regidas pelo princípio do crescimento ou acumulação do capital por meio do crescimento das forças produtivas (trabalho e técnicas) e por meio do aumento da capacidade industrial para dominar e controlar as forças da Natureza e a sociedade, a verdade tenderá a aparecer como utilidade e eficácia, ou seja, como algo que tenha uso prático e verificável. Assim como o trabalho deve produzir lucro, também o conhecimento deve produzir resultados úteis.
Numa sociedade altamente tecnológica, como a do século XX ocidental europeu e norte-americano, em que as pesquisas científicas tendem a criar nos laboratórios o próprio objeto do conhecimento, isto é, em que o objeto do conhecimento é uma construção do pensamento científico ou um constructus produzido pelas teorias e pelas experimentações, a verdade tende a ser considerada a forma lógica e coerente assumida pela própria teoria, bem como a ser considerada como o consenso teórico estabelecido entre os membros das comunidades de pesquisadores.
A verdade, portanto, como a razão, está na História e é histórica. Também as transformações internas à própria Filosofia modificam a concepção da verdade. A teoria da verdade como correspondência entre coisa e idéia, ou fato e idéia, liga-se à concepção realista da razão e do conhecimento, isto é, à prioridade do objeto do conhecimento, ou realidade, sobre o sujeito do conhecimento. Ao contrário, a concepção da verdade como coerência interna e lógica das idéias ou dos conceitos liga-se à concepção idealista da razão e do conhecimento, isto é, à prioridade do sujeito do conhecimento ou do pensamento sobre o objeto a ser conhecido.
As concepções históricas e as transformações internas ao conhecimento mostram que as várias concepções da verdade não são arbitrárias nem casuais ou acidentais, mas possuem causas e motivos que as explicam, e que a cada formação social e a cada mudança interna do conhecimento surge a exigência de reformular a concepção da verdade para que o saber possa realizar-se.
As verdades (os conteúdos conhecidos) mudam, a idéia da verdade (a forma de conhecer) muda, mas não muda a busca do verdadeiro, isto é, permanece a exigência de vencer o senso-comum, o dogmatismo, a atitude natural e seus preconceitos. É a procura da verdade e o desejo de estar no verdadeiro que permanecem. A verdade se conserva, portanto, como o valor mais alto a que aspira o pensamento.

Bibliografia:
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SOCIOLOGIA

TEXTO - 4º BIMESTRE 2010

Afinal, o que é sociologia?
A sociologia: compromisso com o conhecimento:
Como você pôde compreender, a sociologia nos auxilia a entender os vários aspectos da formação de um cidadão consciente e atuante. As problematizações de vários aspectos da vida social e a subseqüente reflexão sobre eles provavelmente provocaram mudanças no modo de ver ou de considerar os acontecimentos sociais.
Nesse sentido, avaliamos que estudar a sociedade é completamente diferente de estudar o mundo físico, ou seja, a sociedade não é um fato natural, mas uma construção social. Por exemplo: a pobreza e a exclusão social são fenômenos sociais e, como tais, decorrentes tanto da estrutura social quanto da ação dos diferentes agentes sociais. Como exemplo de instituições familiares que sofreram com grandes modificações no transcorrer do processo histórico.
A constituição da família está diretamente relacionada com aspectos primordiais da vida social: ou antes, com o modo de organização da própria sociedade. Assim, a organização da vida familiar não depende apenas das escolhas dos responsáveis por ela (geralmente um homem e uma mulher), mas da própria organização da vida social. Isso significa que a família continua a transformar-se: as modificações ocorridas em seu interior representam uma tendência social. A atual propensão para o desaparecimento das famílias numerosas, que são substituídas por famílias menores, compostas por até quatro pessoas, constitui um novo fenômeno social, assim como, é normal famílias que optam por não terem filhos.
Outro fenômeno é o número de pessoas que moram sozinhas. Morar sozinho ou manter um relacionamento amoroso são alternativas sociais, não cabendo a sociologia julgá-las, e sim compreendê-las no âmbito dos processos históricos-sociais.
Contudo, somente é possível as transformações sociais se estes estiverem associados à construção da cidadania e à expansão e à consolidação dos valores democráticos. O papel da escola na formação dos indivíduos é fundamental até porque ela é uns dos poucos instrumentos possíveis para a formação do cidadão e para o acesso aos principais postos do mercado de trabalho.
A investigação sociológica não privilegia apenas a relação entre o indivíduo e a sociedade nem se contenta em estudar as principais instituições sociais, como a família e a escola, mas também se volta para a análise das grandes estruturas sociais, como o Estado ou os processos econômicos. Ou seja, a Sociologia comporta tanto uma visão micro quanto uma visão macro de mundo.
Os estudos sociológicos também ensinam a desconfiar das aparências sociais ou de valores dominantes, demonstrando que a visão do senso comum sobre a sociedade pode ser enganosa, preconceituosa ou estereotipada. A sociologia mostra que o mundo social nem sempre é realmente como aparece à primeira vista. Isso equivaleria, no campo das ciências naturais, a considerar verdadeiro o que se manifesta de imediato aos sentidos: um pesquisador que procedesse desse modo não hesitaria em dizer que a Terra seria o centro do mundo e que o sol gira ao redor dela!
A aparência social constitui a ideologia de um grupo, podendo se expressar na linguagem, na ordenação sintática das frases, nos chavões e clichês sociais, nas piadas, nas frases, nos slogans sociais, etc.
Como podemos perceber, a Sociologia é uma disciplina que tenta a todo instante captar as contradições sociais e acompanhar em certa medida o dinamismo da sociedade, para que a partir daí possa conhecer mais de perto o homem e todo seu contexto social.

Blibliografia:
Cristina, Débora de., Faroni, Alexandre. Ser Protagonista – Sociologia. Vol. Único.2010. Ed. SM.
Adaptação de texto Luciano Tavares To
rres.