domingo, 4 de abril de 2010

Texto de Filosofia

SEGUNDO BIMESTRE
Mas Qual a Utilidade da Filosofia? 1ºano


Sempre que procuramos querer saber o valor e a utilidade de alguma coisa em nossa vida é normal que olhemos para esta coisa tentando nos convencermos sobre o modo como a usamos em nosso dia-a-dia. Ou seja, se estamos olhando para um sapato logo pensamos que ele é muito importante para nós porque ajudará a manter nossos pés secos, confortáveis, sem a aspereza do contato com o chão, por exemplo. O que queremos de um sapato é que tenha uma utilidade para a nossa vida e que ele atenda às nossas necessidades. Por isto que não deixamos de comprá-lo e utilizá-lo como um dos principais assessórios de nossa vida.
Este mesmo pensamento nós teremos para quase todas as coisas que estão à nossa volta. As roupas, a televisão, o computador, o relógio, o copo, os talheres do jantar, os livros, o celular, a geladeira, o sabonete, enfim, se algo apresenta uma potencialidade a nos satisfazer em nossas necessidades, dizemos que esta coisa tem um valor para a nossa vida e é útil.
Contudo, existem outras coisas no mundo que são úteis. Porém não estão no mundo para satisfazerem nossas necessidades diretas como o sapato ou o relógio.
É o caso do conhecimento. Quando um cientista descobre maneiras diferentes de fazer em laboratório cheiros diversos aos que conhecemos, não reconhecemos a utilidade destes cheiros. Mas quando o perfumista faz maravilhosos perfumes, cremes e sabonetes que estarão nas nossas casas, passamos a reconhecer nestes produtos sua utilidade e a utilidade da ciência. Da mesma forma acontece com a pasta de dentes, com as sopas instantâneas, com os sucos de saquinhos, entre outros, que são consumidos por todos em larga escala.
Então, quando estamos estudando matemática, física, química, geografia, língua portuguesa, inglês, etc, conseguimos perceber a utilidade destes conhecimentos para as nossas necessidades: a matemática na hora de fazermos compras e somarmos o valor dos produtos e o dinheiro que temos ao chegarmos no caixa; a física quando formos calcular a distância de um local ao outro e o tempo que gastaremos para percorrê-lo; a química quando ocorrer reações ao jogarmos água sobre o óleo quente na hora de fazermos o arroz; a geografia quando quisermos conhecer o espaço em que estamos situados; a língua portuguesa para entendermos um ao outro e para assistirmos televisão, ler um livro, ver jornais; o inglês para entendermos algumas palavras de filmes legendados.
Mas dentre todas estas utilidades dos conhecimentos qual seria a utilidade da Filosofia?
Bem, agora a coisa fica um pouco mais complicada. Pois se colocarmos cinco filósofos e fizermos esta pergunta a eles, com certeza surgirão cinco respostas diferentes do que seja a utilidade da filosofia.
Contudo, entre todas as respostas possíveis para entendermos qual a utilidade da filosofia uma ecoará em todas as palavras dos filósofos: a filosofia é útil porque faz os seres humanos pensarem, conhecerem as palavras e se libertarem dos conceitos que os oprimem.
O Filósofo grego Pitágoras (Séc. VI a.C.) disse certa vez que o filósofo (Philos = amante + Sophia = sabedoria) é o amante do saber e a Filosofia a busca amorosa pelo saber.
Portanto, como bem disse a Professora, Filósofa e Doutora em Filosofia da USP, Marilena Chauí:
Qual será, então , a utilidade da filosofia?
Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil;, se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da historia for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa pratica que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes(CHAUÍ, 2004, P.24).
A Filosofia, portanto, tem muita importância e é muito útil para a nossa vida, uma vez que é ela que possibilitará que nós tenhamos um novo olhar para a realidade. Ela possibilitará que nós percebamos a utilidade de todas as coisas à nossa volta. Pois a Filosofia nos fará ter uma visão analítco-crítico-reflexiva sobre nós mesmos, sobre as coisas e sobre o mundo a nossa volta.
Octavio Silvério de Souza Vieira Neto

Texto de Filosofia

SEGUNDO BIMESTRE

PENSAMENTOS QUE MUDARAM A REALIDADE E A HISTÓRIA HUMANA 1ºano
“Mas o que sou eu então? Uma coisa que pensa. E o que é uma coisa que pensa?"
DESCARTES


Sempre que nos colocamos a pensar o que é filosofia, logo nos vem à cabeça aqueles homens que viveram no passado, afastados da sociedade, ociosas e que pensavam sobre o que seria a natureza, o homem, a sociedade, as coisas ou os deuses. Pessoas meio malucas que deixavam de viver os momentos e benefícios que a cultura e a sociedade lhes ofereciam para ficar pensando, pensando e pensando.
De fato, foi isto o que aconteceu e acontece. Alguns homens deixaram e deixam até hoje de terem uma vida comum como a de todos os outros indivíduos da sociedade para fazerem questionamentos fundamentais sobre a realidade em que vivemos na tentativa de encontrar respostas àquelas perguntas que já dissemos aqui: quem sou eu?; de onde eu vim; e para onde eu vou?
Neste momento com o pensamento voltado para o questionamento da realidade, que a filosofia torna-se uma tentativa de buscar respostas às mais diversificadas questões: qual a ordem da natureza (phisis)?; que tipo de comportamento os homens têm consigo mesmos em relação aos outros?; em que condições político-sociais é formada a realidade?; quais os conhecimentos científicos podemos aceitar como válidos?; qual a existência e funcionalidade das coisas que existem no mundo?; entre outras.
Contudo, o que todos os filósofos sem exceção, estiveram e estão dispostos a fazerem é pensar para que a humanidade possa se instruir e compreender um pouco da realidade em que vivem. O trabalho do filósofo, consiste em criar conhecimentos para que possamos ensiná-los de geração em geração, a fim de que os seres humanos possam ver o mundo de uma nova maneira, com um novo olhar, com uma nova perspectiva. Pois o que os filósofos pretendem é propor uma determinada ordem à realidade a partir de conhecimentos que possibilitem às pessoas entenderem as regularidades na natureza, as relações sócio-políticas, as produções científicas e a criação e construção das coisas que existem no mundo.
Educar, portanto, é questionar, criar, transmitir conhecimentos, primeiramente pensados pelos filósofos e depois disponibilizados aos futuros homens e mulheres da sociedade. Nesta condição, neste processo de formação dos seres humanos e o papel do filósofo e da filosofia são fundamentais para o crescimento e progresso da humanidade. Pois, a filosofia como análise crítico-reflexiva da realidade será a base e o fundamento de todos os conhecimentos existentes no mundo: da ciência, da arte, da religião e da própria filosofia. Pois os filósofos, com a pretensão de buscar e conhecer o princípio (arché) que fundamenta a realidade, produziram e produzem os mais diversos pensamentos e conhecimentos para a humanidade.
Por isso, que em alguns momentos de nossas vids, escutaremos sempre a voz dos filósofos a dizerem sobre as coisas que não imaginávamos pensar. Quem de nós nunca ouviu frases como a: “o ser é e o não ser não é”; “ninguém entra no mesmo rio duas vezes”; “amor platônico”; “amar a Deus acima de todas as coisas”; penso, logo existo”; “ser ou não ser eis a questão”; “ pensar nos limites da razão”; “Freud explica” entre tantas outras.
Todos estes pensamentos podem parecer apenas frases sem sentido, apenas jargões populares. Mas, na realidade são o resultado de um trabalho exaustivo e que, em muitos casos, levou uma vida inteira para serem elaborados, a partir de uma busca incessante por respostas que satisfizessem os anseios por conhecimentos desprezados pela humanidade. São pensamentos e elaborações conceituais que apontaram e continuam apontando os rumos para a história e o progresso da humanidade.
O que seriam de nós, simples mortais, se não fossem os pensamentos malucos dos imortais pensadores da humanidade? Talvez estaríamos vivendo na idade da pedra lascada assistindo ao “Big Brother” da caverna lascada do vizinho, acreditando nas sombras que se projetavam nas paredes das cavernas, pensando ser o melhor cidadão da tribo por ter um couro de marca e um osso raro.
Assim, progredimos e crescemos com os pensamentos dos filósofos. Mas será que mudamos em relação aos nossos ancestrais primitivos? Ou continuamos fazendo tudo o que eles faziam?
Apesar do progresso e do crescimento da humanidade, nós ainda acreditamos ser verdadeiro coisas que são irreais ou ficções. Acreditamos em sombras e fantasmas, nós emocionamos com as novelas na televisão, criamos mundos imaginários com a literatura, ficamos horas e horas navegando no mundo virtual da internet, vivemos os prazeres da marca e da moda, aceitamos todos os benefícios da técnica em nossa vida, entre muitas outras coisas, por acreditarmos que as conhecemos e por acharmos serem verdadeiras. Mas o filósofo Nietzsche nos questionará: “por que sempre a verdade? A verdade existe? Não mudamos muito em relação aos homens das cavernas, apenas aprimoramos nosso modo de acreditar e aceitar no que os outros pensaram para nós. Aceitamos as verdades e perspectivas que nos são impostas porque é mais fácil, mais aconchegante, menos doloroso pensarmos sobre elas.
Por isso, que temos que passar a ter atitude filosófica, para que possamos correr riscos e pensarmos sobre as coisas que normalmente não penaríamos, criamos conhecimentos que não existiriam, agir para que a vida no mundo passe agradável, fraterna, inteligente, feliz e livre de imposições e verdades absolutas.
Portanto, vamos pensar filosoficamente, para podermos ver o mundo com outros olhos, os olhos da admiração, do espanto, do questionamento para que, talvez o futuro, sejam reconhecidos como filósofos que criam conhecimento e que transformaram o mundo em que viveram.
Octávio Silvério de Souza Vieira Neto